Páginas

sábado, 10 de dezembro de 2011

Helicópteros

Helicópteros na janela.
Giram em torno de um mundo, novo mundo.
Eu vejo por trás daquele vidro a escala em cinza
Da cidade que não para.

Não importa o jeito que tu andas. Ninguém nota.
Tudo passa. Corriqueiro, ao acaso dos teus passos.

Helicópteros na janela.
Há uma multidão na grande Avenida.
Eles querem paz, felicidade e algo mais.
Mas a cidade não para.

Corre. Corre porque vais perder o trem.
Voa. Voa porque esta cidade te dá asas.
E vive. Com toda a tua alma.
Porque a cidade não para.
 Ela passa.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Detalhes


Não, eu não estou reclamando exatamente das coisas que eu fiz hoje.
Eu estou reclamando dos detalhes das coisas que eu fiz hoje.

Eu noto que, o que fiz hoje foi ótimo.
Mas aqueles detalhes... Aqueles malditos detalhes.

Um domingo lindo e cinzento. Parecido com o domingo que me traz boas lembranças.
Mas esse não me trará lembranças, pelo menos não boas lembranças. Aquelas que dão uma saudade imensa e uma vontade de viver de novo.

Eu vejo as folhas e as flores da pereira, tão vivas e bonitas. E o mundo em volta delas, tão triste.
É engraçado como em um espaço tão pequeno as coisas possam ser tão diferentes.

E olhe esse tempo! Chuviscos e neblina, de uma cidade inteira querendo dormir.
Mas não eu, que estou aqui fazendo as coisas que gosto, em um dia ruim para mim.
São ruins por causa daqueles detalhes... Aqueles malditos detalhes.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Viajante


Oh, e então eu andarei pelos campos
E irei sem saber por onde devo ir
Oh, e então eu descansarei debaixo de uma árvore
E irei permanecer ali até quando isso me for permitido

Oh, e então eu sonharei com o que eu quiser
E irei flutuar observando as nuvens passarem
Oh, me diga que não há nada que me prende aqui
E irei viajar por aí

Oh, então eu não sei mais por onde voarei
Mas irei conhecer todos os lugares, querido
Porque nada me prende aqui
Oh, irei sem saber por onde devo ir

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Lamento


Eu lamento. Lamento pelo tempo que foi pouco.
Lamento pelas palavras que não foram ditas. Pelos gestos que não foram demonstrados.
Lamento pelos sorrisos que não pude ver. Pelos abraços que não pude dar.
Lamento pelas lágrimas que não pude secar.
Lamento pelos momentos que perdi.

Lamento pelas memórias que irão se desfazer.
 Lamento pelo meu rosto que você não reconhecerá. Lamento pelo tempo que irá apagar meu nome.
Lamento pelas fotos que não foram tiradas. Lamento pelas conversas que não foram faladas.
Lamento por isso, por aquilo.
Lamento porque parti. E lamento, lamento.
Mas só agradeço por uma coisa; agradeço porque mesmo sem você saber, eu vou voltar.

domingo, 4 de setembro de 2011

Deriva

Sento-me na calçada toda a noite, e fico à deriva observando onde deveriam estar às estrelas. Quando só o que vejo são luzes projetadas para que você não sinta falta do brilho delas, mas eu digo; não é o mesmo.
E sentir a neblina que vem dos céus embaçarem a minha visão fazendo com que eu me afaste mais de você; não é certo.
Mas eu não devo lhe perder. Eu lhe afirmo, você é a coisa doce com que sonho nas noites que o sono não vem rápido.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Dilema



E cá estou eu, novamente. Procurando em palavras o que ainda nem tem nome.
Seria isto alguma falta ou necessidade? Não sei dizer.
Inesgotáveis são as vezes que eu prometi mudar. Da mesma quantidade podem-se contar as que eu fracassei.
E então, eu me pergunto: O que vai me fazer cumprir tudo isso?
Entro neste velho dilema; as inúmeras perguntas e suas escassas respostas.
Estou certa de poucas coisas. Uma delas, é que as respostas traçam imensos e complicados labirintos ou seriam as próprias perguntas as culpadas?
  Dilema. Verdade. Mentira. E nunca um ponto final.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Feliz aniversário !


Era março de 2001. Um tanto de alunos, toquinhos, se conhecendo no primeiro dia de aula. Era o pré-escolar a recém. Para todos um novo começo ou uma nova brincadeira, na época.
Eu nem me lembro bem daquela época; lembro-me de um telefone e uma infinidade de brinquedos, desenhos, cores e outras coisas mais.
E então já era o mês de agosto, dia 19 e uma guriazinha trazia junto com o seu irmão um bolo com enfeites verdes, doces e refrigerantes. Era o aniversario de seis anos dela, teu aniversário.
Mais tarde, dia 23, outra guriazinha trazia sozinha, um bolo e refrigerantes. Era o aniversário de seis anos dela, meu aniversário.
E então foi assim, a partir da perceptível ideia de que fazíamos, com apenas quatro dias de diferença, aniversário, ‘juntas’.
O tempo passou e eu nem me lembro qual foi o ano que começamos a comemorar lá pelo dia 21 ou 22, o nosso aniversário.
Era repleto de “coisinhas boas”, bolo, refrigerantes, bolachas, empadas, e alguns salgadinhos do Verno. Havia toda uma preparação, até balão tinha! E eu me lembro, como se fosse ontem, o dia que eu estorei um na minha cara.
Fizemos essa festa (quase) todos os anos.
E sempre éramos as últimas da fila, as que gostavam de sentar do lado da parede, brincar de esconde-esconde ou de pega-pega na hora do recreio (isso até a sétima série). Ou fazer nossas mirabolantes casinhas. E sempre trapaceávamos na hora de se esconder. Porque era necessário nós nos escondermos no mesmo lugar.
Tu fazias o tipo mais chorona, ninguém podia brigar porque tu já chorava. Às vezes de tristeza e também de felicidade. E eu, bem, eu chorei algumas vezes, pode-se contar umas quatro vezes na escola, a durona.
E as histórias se acumularam, e foram e são muitas.
Mas chegou o fim do fundamental. A formatura da oitava. E nós nos separamos de escola.
Por eu morar no interior do interior (um pouco exagerado) e não passava o ônibus para ir pro centro. Cada uma foi pra um canto.
Nem era tão longe assim, mas continuamos a nos falar, com a ajuda na nossa querida internet.
E aí esse ano eu me mudei e então ficou complicado, mas nos mantivemos.
E muitas coisas mudaram, evoluíram e se diferenciaram do que quando tínhamos nossos seis, oito, onze.
E eu prometo que está perto o momento de ficarmos mais juntas, novamente.





Para: Débora Roloff Teixeira